quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Quantum of Solace

O seu nome é Bond, James Bond e o mundo conhece-o como o maior agente secreto do mundo. Daniel Craig é o actor que actualmente dá corpo ao agente 007 e ao contrário dos seus antecessores, talvez com a excepção de Sean Connery, o primeiro a representá-lo no grande ecrã, Craig tornou a personagem sua, afastando-se de tudo o que foi feito até à data, lembrando um pouco aquilo que Heath Ledger fez com o Joker de Jack Nicholson. O Bond deste século XXI é um homem real, falível e, acima de tudo, de carne e osso. A fanfarronice é mínima, as lutas são reais e acabaram-se as engenhocas pouco credíveis. O novo Bond está hoje mais perto de um Jason Bourne do que de um Maxwell Smart.

Quantum of Solace é o 22º filme da saga 007 e depois da surpresa positiva que foi Casino Royale, a expectativa sobre uma nova aventura era grande. Martin Campbell deu lugar a Marc Foster na realização e perante um realizador que tem no seu currículo filmes como Depois do Ódio, À Procura da Terra do Nunca, Stay, entre outros, tornava-se difícil imaginar como seria dada continuação à aventura anterior. Quantum começa exactamente no ponto narrativo em que terminou o filme anterior, o que torna difícil para quem não viu Casino Royale acompanhar alguns dos meandros da história. Desta vez Bond concentra-se em descobrir e desmantelar a organização responsável pelos acontecimentos do filme anterior e vingar uma morte muito particular.

Marc Foster segura firmemente as rédeas do mundo Bond e oferece aos fãs da série aquilo que querem ver. Se Casino Royale se dedicava essencialmente à história, Quantum of Solace é claramente um filme de acção, as cenas de perseguição e luta são complexas e extremamente bem coreografadas, mas a montagem é por vezes tão frenética que ficamos sem saber muito bem o que se passou. O francês Mathieu Amalric é o vilão de serviço, e a nova bond girl é a modelo russa Olga Kurylenko, a fazer aqui o papel de uma latina (!), infelizmente, nenhum dos dois consegue ser suficientemente coerente e credível com as respectivas personagens, tornando-se por vezes desfasados do resto do filme.

No seu todo, Quantum of Solace é um bom filme apesar de se revelar inferior ao seu antecessor, pecando por um certo exagero no número de sequências de acção. O excesso de mudanças de localização e a interminável teia de relações entre as personagens também não ajuda, tornando o filme por vezes confuso. Um ponto forte é a sempre magnífica presença de Judi Dench como M, que tem aqui mais tempo em cena.

Depois de alguns anos menos bons para este agente de sua majestade, o sucesso de Bond parece estar de volta e com Quantum of Solace a bater recordes de bilheteira um pouco por todo o mundo, de certeza que Bond ainda fará parte do nosso universo durante muito tempo.